16 de março de 2021 – Escritório da alta comissária para os Direitos Humanos confirmou morte de 149 pessoas desde 1 de fevereiro, como resultado da violência a manifestantes pacíficos; crise política puxou alta no preço dos alimentos e do combustível.
A crise política em Mianmar, que sofre uma intervenção militar deste 1 de fevereiro, foi agravada com mais mortos em protestos de rua.
Pelo menos 149 pessoas foram vítimas da força letal a manifestantes pacíficos. O país do sudeste da Ásia mantém presos a líder da oposição e Prêmio Nobel de Paz, Aung San Suu Kyi, e vários ministros de Estado.
Relatos
A informação foi confirmada pela porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani. Segundo ela, o Escritório recebeu ainda relatos “angustiantes” de casos de tortura sob custódia.
Centenas de pessoas detidas ilegalmente continuam desaparecidas, o que equivale a desaparecimentos forçados.
De Genebra, a porta-voz contou que “confirmar informações está se tornando cada vez mais difícil, especialmente com a imposição da lei marcial em vários municípios em Yangon, Mandalay e arredores.”
Classe trabalhadora
Além disso, muitos dos bairros da classe trabalhadora, onde houve mortes, estão isolados e sem comunicação.
Apesar dessas dificuldades, o Escritório de Direitos Humanos conseguiu confirmar as 149 mortes desde 1 de fevereiro, como resultado do uso ilegal da força letal a manifestantes pacíficos.
Pelo menos 11 pessoas morreram nesta segunda-feira e 57 no fim de semana. Mas o número de vítimas fatais pode ser mais alto porque muitos relatos ainda não foram confirmados.
As autoridades militares impuseram estado de sítio em vários distritos de Yangon e Mandalai. Os toques de recolher são mais rígidos com infratores julgados em tribunais militares sem direito à apelação.
Jornalistas
Pelo menos 2.084 pessoas foram detidas incluindo 37 jornalistas, dos quais 19 permanecem presos.
Pelo menos cinco mortes sob custódia ocorreram nas últimas semanas, com os corpos de duas vítimas mostrando sinais de abuso físico grave, indicando tortura.
A porta-voz disse que o Escritório está “profundamente perturbado” com a situação e pediu, mais uma vez, que os militares parem de matar e deter os manifestantes.
Leia a nota na íntegra no site de notícias da ONU em português
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