GENEBRA/SANTIAGO (8 de agosto de 2014) – Diversos especialistas em direitos humanos da ONU pediram, nesta sexta-feira (08), que os governos em todo o mundo apoiem as famílias de pessoas desaparecidas e as organizações que os representam na busca de seus entes queridos.
O pedido foi feito após a reunião de Estela de Carlotto, presidente da organização de direitos humanos argentina, as Abuelas de la Plaza de Mayo, com seu neto, depois de 36 anos. O neto nasceu em 1978, quando a filha de Carlotto, Laura, tinha desaparecido e estava nas mãos do regime militar. Apenas algumas horas após seu nascimento, o bebê foi tirado de sua mãe, que mais tarde foi assassinada, transformando-se em uma das 500 crianças desaparecidas durante a ditadura militar na Argentina entre 1976 e 1983. Destas, 114 já foram localizadas.
“Este acontecimento na vida de Carlotto traz esperança e encoraja todas as famílias do mundo que continuam incansavelmente em busca de seus entes queridos”, disseram os especialistas. “É essencial que os familiares das pessoas desaparecidas e as organizações que os representam sejam totalmente apoiadas pelo Estado, que deve assumir sua obrigação de garantir os direitos à verdade, à justiça e à reparação.”
Os especialistas que assinaram a declaração são o Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários; o Comitê contra Desaparecimentos Forçados; o Relator Especial sobre a promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não-reparação, Pablo de Greiff; e um representante do Fundo de Contribuições Voluntárias da ONU para as vítimas da Tortura, Morad El-Shazly.
Leia a declaração completa (em espanhol): https://acnudh.org/2014/08/expertos-de-la-onu-celebran-encuentro-de-activista-argentina-y-su-nieto-luego-de-36-anos-e-instan-a-apoyar-plenamente-a-familiares-de-desaparecidos-en-todo-el-mundo/
Com informações da ONU Brasil: http://www.onu.org.br/onu-comemora-reuniao-de-avo-argentina-com-seu-neto-desaparecido-ha-36-anos/