SANTIAGO (2 de outubro de 2015) – O Representante para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Amerigo Incalcaterra, repudiu hoje (2/10) a morte de Eduardo Felipe Santos Victor, um menor de idade supostamente executado por agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, Brasil.
Incalcaterra pediu uma investigação exaustiva e imparcial dos fatos, examinando especialmente as alegações de fraude processual e de alteração da cena do crime por parte de policiais, para evitar que os responsáveis fiquem impunes. “Os policiais não podem agir como criminosos”, disse.
“Atitudes com a dos agentes envolvidos colocam em sério risco o projeto das UPPs como um modelo de polícia comunitária”, expressou Incalcaterra. “Insto as autoridades de Segurança Pública do estado para fazer uma profunda depuração nas UPPs, incluindo uma revisão dos processos de seleção e formação de seus membros”.
Nesse sentido, o Representante elogiou o pronunciamento do Governador de Rio de Janeiro condenando o fato. Por sua vez, ele chamou as autoridades a trabalharem conjuntamente para evitar os abusos policiais. “É importante uma coordenação entre as áreas de segurança e de direitos humanos do Estado, visando a erradicar das polícias qualquer conduta contrária aos direitos humanos”.
O Representante também repudiu as mortes dos policias militares Bruno Rodrigues Pereira e Caio César Ignácio Cardoso de Melo, que segundo informações foram assassinados brutalmente por criminosos que agem no Estado.
“Essas mortes lamentáveis ocorrem no marco de uma espiral de violência entre forças da ordem e grupos criminosos no Rio de Janeiro”, comentou Incalcaterra, e expresou solidariedade com as famílias das vítimas. “Insto a que essas mortes também sejam investigadas completa e imparcialmente, para que os responsaveis sejam levados à justiça, com plena observância do Estado de Direito”.
Finalmente, o Representante do ACNUDH convidou a sociedade brasileira para repudiar todos os fatos de violência. “Esse tipo de fatos produzem um aumento da violência, promovem a discriminação e atentam contra a convivência pacífica”, disse.
FIM
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