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Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados

Adotada em 28 de julho de 1951 pela Conferência das Nações Unidas de plenipotenciários
sobre o Estatuto dos Refugiados e Apátridas, convocada pela Resolução 429 (V) da
Assembléia Geral das Nações Unidas, de 14 de dezembro de 1950.
As Altas Partes Contratantes,
Considerando que a Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, aprovada em 10 de dezembro de 1948 pela Assembléia Geral, afirmaram o
princípio de que os seres humanos, sem distinção, devem gozar dos direitos do homem e
das liberdades fundamentais,
Considerando que a Organização das Nações Unidas tem repetidamente manifestado sua
profunda preocupação pelos refugiados e que tem se esforçado por assegurar-lhes o
exercício mais amplo possível dos direitos do homem e das liberdades fundamentais,
Considerando que é desejável rever e codificar os acordos internacionais anteriores
relativos ao estatuto dos refugiados e estender a aplicação desses instrumentos e a proteção
que eles oferecem por meio de um novo acordo,
Considerando que da concessão do direito de asilo podem resultar encargos indevidamente
pesados para certos países e que a solução satisfatória para os problemas cujo alcance e
natureza internacionais a Organização das Nações Unidas reconheceu, não pode, portanto,
ser obtida sem cooperação internacional,
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
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Exprimindo o desejo de que todos os Estados, reconhecendo o caráter social e humanitário do problema dos
refugiados, façam tudo o que esteja ao seu alcance para evitar que esse problema se torne causa de tensão
entre os Estados,
Notando que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados tem a incumbência de zelar para a
aplicação das convenções internacionais que assegurem a proteção dos refugiados, e reconhecendo que a
coordenação efetiva das medidas tomadas para resolver este problema dependerá da cooperação dos Estados
com o Alto Comissário,
Convieram nas seguintes disposições:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
ARTIGO 1º
DEFINIÇÃO DO TERMO “REFUGIADO”
A. Para fins da presente Convenção, o termo “refugiado” se aplicará a qualquer pessoa:
1) Que foi considerada refugiada nos termos dos Ajustes de 12 de maio de 1926 e de 30 de junho de 1928, ou
das Convenções de 28 de outubro de 1933 e de 10 de fevereiro de 1938 e do Protocolo de 14 de setembro de
1939, ou ainda da Constituição da Organização Internacional dos Refugiados;
As decisões de inabilitação tomadas pela Organização Internacional dos Refugiados durante o período do seu
mandato não constituem obstáculo a que a qualidade de refugiado seja reconhecida a pessoas que preencham
as condições previstas no parágrafo 2º da presente seção;
2) Que, em conseqüência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser
perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, encontra-se fora
do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse
país, ou que, se não tem nacionalidade encontra-se fora do país no qual tinha sua residência habitual em
conseqüência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele.
No caso de uma pessoa que tem mais de uma nacionalidade, a expressão “do país de sua nacionalidade”
refere-se a cada um dos países dos quais ela é nacional. Uma pessoa que, sem razão válida fundada sobre um
temor justificado, não se houver valido da proteção de um dos países de que é nacional, não será considerada
privada da proteção do país de sua nacionalidade.
B. (1) Para os fins da presente Convenção, as palavras “acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de
1951”, do art. 1º, seção A, poderão ser compreendidos no sentido de
a) “acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 na Europa”; ou
b) “acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 na Europa ou alhures”;
e cada Estado Contratante fará, no momento da assinatura, da ratificação ou da adesão, uma declaração
precisando o alcance que pretende dar a essa expressão do ponto de vista das obrigações assumidas por ele
em virtude da presente Convenção.
2) Qualquer Estado Contratante que adotou a fórmula a) poderá em qualquer momento estender as suas
obrigações adotando a fórmula b) por meio de uma notificação dirigida ao Secretário-Geral das Nações
Unidas.
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C. Esta Convenção cessará, nos casos infra, de ser aplicável a qualquer pessoa compreendida nos termos da
seção A, retro:
1) se ela voltou a valer-se da proteção do país de que é nacional; ou
2) se havendo perdido a nacionalidade, ela a recuperou voluntariamente; ou
3) se adquiriu nova nacionalidade e goza da proteção do país cuja nacionalidade adquiriu; ou
4) se voltou a estabelecer-se, voluntariamente, no país que abandonou ou fora do qual permaneceu com
medo de ser perseguido; ou
5) se por terem deixado de existir as circunstâncias em conseqüência das quais foi reconhecida como
refugiada, ela não pode mais continuar recusando a proteção do país de que é nacional;
Contanto, porém, que as disposições do presente parágrafo não se apliquem a um refugiado incluído nos
termos do parágrafo 1 da seção A do presente artigo, que pode invocar, para recusar a proteção do país de
que é nacional, razões imperiosas resultantes de perseguições anteriores;
6) tratando-se de pessoa que não tem nacionalidade, se por terem deixado de existir as circunstâncias em
conseqüência das quais foi reconhecida como refugiada, ela está em condições de voltar ao país no qual tinha
sua residência habitual;
Contanto, porém, que as disposições do presente parágrafo não se apliquem a um refugiado incluído nos
termos do parágrafo 1 da seção A do presente artigo, que pode invocar, para recusar voltar ao país no qual
tinha sua residência habitual, razões imperiosas resultantes de perseguições anteriores.
D. Esta Convenção não será aplicável às pessoas que atualmente se beneficiam de uma
proteção ou assistência de parte de um organismo ou de uma instituição das Nações Unidas, que não o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Quando esta proteção ou assistência houver cessado, por qualquer razão, sem que a sorte dessas pessoas
tenha sido definitivamente resolvida de acordo com as resoluções a ela relativas, adotadas pela Assembléia
Geral das Nações Unidas, essas pessoas se beneficiarão de pleno direito do regime desta Convenção.
E. Esta Convenção não será aplicável a uma pessoa considerada pelas autoridades competentes do país no
qual ela instalou sua residência como tendo os direitos e as obrigações relacionadas com a posse da
nacionalidade desse país.
F. As disposições desta Convenção não serão aplicáveis às pessoas a respeito das quais houver razões sérias
para se pensar que:
a) cometeram um crime contra a paz, um crime de guerra ou um crime contra a humanidade, no sentido dado
pelos instrumentos internacionais elaborados para prever tais crimes;
b) cometeram um crime grave de direito comum fora do país de refúgio antes de serem nele admitidas como
refugiados;
c) tornaram-se culpadas de atos contrários aos fins e princípios das Nações Unidas.
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ARTIGO 2º
OBRIGAÇÕES GERAIS
Todo refugiado tem deveres para com o país em que se encontra, os quais compreendem notadamente a
obrigação de respeitar as leis e regulamentos, assim como as medidas que visam a manutenção da ordem
pública.
ARTIGO 3º
NÃO-DISCRIMINAÇÃO
Os Estados Contratantes aplicarão as disposições desta Convenção aos refugiados sem discriminação quanto
à raça, à religião ou ao país de origem.
ARTIGO 4º
RELIGIÃO
Os Estados Contratantes proporcionarão aos refugiados, em seu território, um tratamento pelo menos tão
favorável como o que é proporcionado aos nacionais no que concerne à liberdade de praticar sua religião e
no que concerne à liberdade de instrução religiosa dos seus filhos.
ARTIGO 5 º
Direitos conferidos independentemente desta Convenção nenhuma disposição desta Convenção prejudicará
os outros direitos e vantagens concedidos aos outros refugiados, independentemente desta Convenção.
ARTIGO 6º
A EXPRESSÃO “NAS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS”
Para os fins desta Convenção, a expressão “nas mesmas circunstâncias” significa que todas as condições – em
especial as que se referem à duração e às condições de permanência ou de residência – que o interessado teria
de preencher para poder exercer o direito em causa, se ele não fosse refugiado, devem ser preenchidas por
ele, com exceção das condições que, em razão da sua natureza, não podem ser preenchidas por um refugiado.
ARTIGO 7º
DISPENSA DE RECIPROCIDADE
1. Ressalvadas as disposições mais favoráveis previstas por esta Convenção, um Estado Contratante
concederá aos refugiados o regime que concede aos estrangeiros em geral.
2. Após um prazo de residência de três anos, todos os refugiados se beneficiarão, no território dos Estados
Contratantes, da dispensa de reciprocidade legislativa.
3. Cada Estado Contratante continuará a conceder aos refugiados os direitos e vantagens de que já gozavam,
na ausência de reciprocidade, na data da entrada em vigor desta Convenção para o referido Estado.
4. Os Estados Contratantes considerarão com benevolência a possibilidade de conceder aos refugiados, na
ausência de reciprocidade, direitos e vantagens outros além dos que eles gozam em virtude dos parágrafos 2
e 3, assim como a possibilidade de conceder o benefício da dispensa de reciprocidade a refugiados que não
preencham as condições previstas nos parágrafos 2 e 3.
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5. As disposições dos parágrafos 2 e 3, supra, aplicam-se assim às vantagens mencionadas nos artigos 13, 18,
19, 21 e 22 desta Convenção, como aos direitos e vantagens que não são previstos pela mesma.
ARTIGO 8º
DISPENSA DE MEDIDAS EXCEPCIONAIS
No que concerne às medidas excepcionais que podem ser tomadas contra a pessoa, bens ou interesses dos
nacionais de um Estado, os Estados Contratantes não aplicarão tais medidas a um refugiado que seja
formalmente nacional do referido Estado unicamente em razão da sua nacionalidade. Os Estados
Contratantes que, pela sua legislação, não podem aplicar o dispositivo geral consagrado neste artigo
concederão, nos casos apropriados, dispensas em favor de tais refugiados.
ARTIGO 9º
MEDIDAS PROVISÓRIAS
Nenhuma das disposições da presente Convenção tem por efeito impedir um Estado Contratante, em tempo
de guerra ou em outras circunstâncias graves e excepcionais, de tomar provisoriamente, a propósito de uma
determinada pessoa, as medidas que este Estado julgar indispensáveis à segurança nacional, até que o
referido Estado determine que essa pessoa seja efetivamente um refugiado e que a continuação de tais
medidas é necessária a seu propósito no interesse da segurança nacional.
ARTIGO 10
CONTINUIDADE DE RESIDÊNCIA
1. No caso de um refugiado que foi deportado no curso da Segunda Guerra Mundial, transportado para o
território de um dos Estados Contratantes e aí resida, a duração dessa permanência forçada será considerada
residência regular nesse território.
2. No caso de um refugiado que foi deportado do território de um Estado Contratante no curso da Segunda
Guerra Mundial e para ele voltou antes da entrada em vigor desta Convenção para aí estabelecer sua
residência, o período que precedeu e o que se seguiu a essa deportação serão considerados, para todos os fins
para os quais é necessária uma residência ininterrupta, como constituindo apenas um período ininterrupto.
ARTIGO 11
MARINHEIROS REFUGIADOS
No caso de refugiados regularmente empregados como membros da tripulação a bordo de um navio que
hasteie pavilhão de um Estado Contratante, este Estado examinará com benevolência a possibilidade de
autorizar os referidos refugiados a se estabelecerem no seu território e entregar-lhes documentos de viagem
ou de admiti-los a título temporário no seu território, a fim, notadamente, de facilitar sua fixação em outro
país.
CAPÍTULO II
SITUAÇÃO JURÍDICA
ARTIGO 12
ESTATUTO PESSOAL
1. O estatuto pessoal de um refugiado será regido pela lei do país de seu domicílio, ou, na falta de domicílio,
pela lei do país de sua residência.
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2. Os direitos adquiridos anteriormente pelo refugiado e decorrentes do estatuto pessoal, e principalmente os
que resultam do casamento, serão respeitados por um Estado Contratante, ressalvado, sendo o caso, o
cumprimento das formalidades previstas pela legislação do referido Estado, entendendo-se, todavia, que o
direito em causa deve ser dos que seriam reconhecidos pela legislação do referido Estado se o interessado
não houvesse se tornado refugiado.
ARTIGO 13
PROPRIEDADE MÓVEL E IMÓVEL
Os Estados Contratantes concederão a um refugiado um tratamento tão favorável quanto possível, e de
qualquer maneira um tratamento que não seja menos favorável do que o que é concedido, nas mesmas
circunstâncias, aos estrangeiros em geral, no que concerne à aquisição de propriedade móvel ou imóvel e a
outros direitos a ela referentes, ao aluguel e aos outros contratos relativos à propriedade móvel ou imóvel.
ARTIGO 14
PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL
Em matéria de proteção da propriedade industrial, especialmente de invenções, desenhos, modelos, marcas
de fábrica, nome comercial, e em matéria de proteção da propriedade literária, artística e científica, um
refugiado se beneficiará, no país em que tem sua residência habitual, da proteção que é conferida aos
nacionais do referido país. No território de qualquer um dos outros Estados Contratantes, ele se beneficiará
da proteção dada no referido território aos nacionais do país no qual tem sua residência habitual.
ARTIGO 15
DIREITOS DE ASSOCIAÇÃO
Os Estados Contratantes concederão aos refugiados que residem regularmente em seu território, no que
concerne às associações sem fins políticos nem lucrativos e aos sindicatos profissionais, o tratamento mais
favorável concedido aos nacionais de um país estrangeiro, nas mesmas circunstâncias.
ARTIGO 16
DIREITO DE PROPUGNAR EM JUÍZO
1. Qualquer refugiado terá, no território dos Estados Contratantes, livre e fácil acesso aos tribunais.
2. No Estado Contratante em que tem sua residência habitual, qualquer refugiado gozará do mesmo
tratamento que um nacional, no que concerne ao acesso aos tribunais, inclusive a assistência judiciária e a
isenção de cautio judicatum solvi.
3. Nos Estados Contratantes outros que não aquele em que tem sua residência habitual, e no que concerne às
questões mencionadas no parágrafo 2, qualquer refugiado gozará do mesmo tratamento que um nacional do
país no qual tem sua residência habitual.
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CAPÍTULO III
EMPREGOS REMUNERADOS
ARTIGO 17
PROFISSÕES ASSALARIADAS
1. Os Estados Contratantes darão a todo refugiado que resida regularmente no seu território o tratamento
mais favorável dado, nas mesmas circunstâncias, aos nacionais de um país estrangeiro no que concerne ao
exercício de uma atividade profissional assalariada.
2. Em qualquer caso, as medidas restritivas impostas aos estrangeiros ou ao emprego de estrangeiros para a
proteção do mercado nacional do trabalho não serão aplicáveis aos refugiados que já estavam dispensados na
data da entrada em vigor desta Convenção pelo Estado Contratante interessado, ou que preencham uma das
seguintes condições:
a) contar três anos de residência no país;
b) ter por cônjuge uma pessoa que possua a nacionalidade do país de residência. Um refugiado não poderá
invocar o benefício desta disposição no caso de haver abandonado o cônjuge;
c) ter um ou vários filhos que possuam a nacionalidade do país de residência.
3. Os Estados Contratantes considerarão com benevolência a adoção de medidas tendentes a assimilar os
direitos de todos os refugiados no que concerne ao exercício das profissões assalariadas aos dos seus
nacionais, e em particular para os refugiados que entraram no seu território em virtude de um programa de
recrutamento de mão-de-obra ou de um plano de imigração.
ARTIGO 18
PROFISSÕES NÃO ASSALARIADAS
Os Estados Contratantes darão aos refugiados que se encontrem regularmente no seu território tratamento tão
favorável quanto possível e, em todo caso, tratamento não menos favorável do que aquele que é dado, nas
mesmas circunstâncias, aos estrangeiros em geral, no que concerne ao exercício de uma profissão não
assalariada na agricultura, na indústria, no artesanato e no comércio, bem como à instalação de firmas
comerciais e industriais.
ARTIGO 19
PROFISSÕES LIBERAIS
1. Cada Estado Contratante dará aos refugiados que residam regularmente no seu território e sejam titulares
de diplomas reconhecidos pelas autoridades competentes do referido Estado e que desejam exercer uma
profissão liberal, tratamento tão favorável quanto possível, e, em todo caso, tratamento não menos favorável
do que aquele que é dado, nas mesmas circunstâncias, aos estrangeiros em geral.
2. Os Estados Contratantes farão tudo o que estiver ao seu alcance, conforme as suas leis e constituições,
para assegurar a instalação de tais refugiados em territórios outros que não o território metropolitano, de
cujas relações internacionais sejam responsáveis.
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CAPÍTULO IV
BEM-ESTAR
ARTIGO 20
RACIONAMENTO
No caso de existir um sistema de racionamento ao qual esteja submetido o conjunto da população, que regule
a repartição geral dos produtos de que há escassez, os refugiados serão tratados como os nacionais.
ARTIGO 21
ALOJAMENTO
No que concerne ao alojamento, os Estados Contratantes darão, na medida em que esta questão seja regulada
por leis ou regulamentos ou seja submetida ao controle das autoridades públicas, aos refugiados que residam
regularmente no seu território, tratamento tão favorável quanto possível e, em todo caso, tratamento não
menos favorável do que aquele que é dado, nas mesmas circunstâncias, aos estrangeiros em geral.
ARTIGO 22
EDUCAÇÃO PÚBLICA
1. Os Estados Contratantes darão aos refugiados o mesmo tratamento que é dado aos nacionais no que
concerne ao ensino primário.
2. Os Estados Contratantes darão aos refugiados um tratamento tão favorável quanto possível, e em todo
caso não menos favorável do que aquele que é dado aos estrangeiros em geral, nas mesmas circunstâncias,
no que concerne aos graus de ensino superiores ao primário, em particular no que diz respeito ao acesso aos
estudos, ao reconhecimento de certificados de estudos, de diplomas e títulos universitários estrangeiros, à
isenção de emolumentos alfandegários e taxas e à concessão de bolsas de estudos.
ARTIGO 23
ASSISTÊNCIA PÚBLICA
Os Estados Contratantes darão aos refugiados que residam regularmente no seu território o mesmo
tratamento em matéria de assistência e de socorros públicos que é dado aos seus nacionais.
ARTIGO 24
LEGISLAÇÃO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL
1. Os Estados Contratantes darão aos refugiados que residam regularmente no seu território o mesmo
tratamento dado aos nacionais quanto aos seguintes pontos:
a) Na medida em que estas questões são regulamentadas pela legislação ou dependem das autoridades
administrativas: remuneração, inclusive abonos familiares quando os mesmos integrarem a remuneração;
duração do trabalho; horas suplementares; férias pagas; restrições ao trabalho doméstico; idade mínima para
o emprego; aprendizado e formação profissional; trabalho das mulheres e dos adolescentes, e gozo das
vantagens proporcionadas pelas convenções coletivas.
b) Previdência social (as disposições legais relativas aos acidentes do trabalho, às moléstias profissionais, à
maternidade, à doença, à invalidez, à velhice, à morte, ao desemprego, aos encargos de família, bem como a
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qualquer outro risco que, conforme a legislação nacional, esteja previsto no sistema de previdência social),
observadas as seguintes limitações:
I) existência de medidas apropriadas visando a manutenção dos direitos adquiridos e dos direitos em curso de
aquisição;
II) disposições particulares prescritas pela legislação nacional do país de residência concernentes a benefícios
ou a frações de benefícios pagáveis exclusivamente por fundos públicos, bem como a pensões pagas a
pessoas que não preenchem as condições de contribuição exigidas para a concessão de uma pensão normal.
2. Os direitos a um benefício decorrentes da morte de um refugiado em virtude de acidente de trabalho ou de
doença profissional não serão afetados pelo fato do beneficiário residir fora do território do Estado
Contratante.
3. Os Estados Contratantes estenderão aos refugiados o benefício dos acordos que concluíram ou vierem a
concluir entre si, relativamente à manutenção dos direitos adquiridos ou em curso de aquisição em matéria de
previdência social, contanto que os refugiados preencham as condições previstas para os nacionais dos países
signatários dos acordos em questão.
4. Os Estados Contratantes examinarão com benevolência a possibilidade de estender, na medida do
possível, aos refugiados, o benefício de acordos semelhantes que estão ou estarão em vigor entre esses
Estados Contratantes e Estados não-contratantes.
CAPÍTULO V
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
ARTIGO 25
ASSISTÊNCIA ADMINISTRATIVA
1. Quando o exercício de um direito por parte de um refugiado normalmente exigir a assistência de
autoridades estrangeiras às quais ele não pode recorrer, os Estados Contratantes em cujo território reside
providenciarão para que essa assistência lhe seja dada, quer pelas suas próprias autoridades, quer por uma
autoridade internacional.
2. A ou as autoridades mencionadas no parágrafo 1 entregarão ou farão entregar, sob seu controle, aos
refugiados, os documentos ou certificados que normalmente seriam entregues a um estrangeiro pelas suas
autoridades nacionais ou por seu intermédio.
3. Os documentos ou certificados assim entregues substituirão os documentos oficiais entregues a
estrangeiros pelas suas autoridades nacionais ou por seu intermédio, e terão fé pública até prova em
contrário.
4. Ressalvadas as exceções que possam ser admitidas em favor dos indigentes, os serviços mencionados no
presente artigo poderão ser cobrados; mas estas cobranças serão moderadas e de acordo com o valor que se
cobrar dos nacionais por serviços análogos.
5. As disposições deste artigo em nada afetarão os artigos 27 e 28.
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ARTIGO 26
LIBERDADE DE MOVIMENTO
Cada Estado Contratante dará aos refugiados que se encontrem no seu território o direito de nele escolher o
local de sua residência e de nele circular livremente, com as reservas instituídas pela regulamentação
aplicável aos estrangeiros em geral nas mesmas circunstâncias.
ARTIGO 27
PAPÉIS DE IDENTIDADE
Os Estados Contratantes entregarão documentos de identidade a qualquer refugiado que se encontre no seu
território e que não possua documento de viagem válido.
ARTIGO 28
DOCUMENTOS DE VIAGEM
1. Os Estados Contratantes entregarão aos refugiados que residam regularmente no seu território documentos
de viagem destinados a permitir-lhes viajar fora desse território, a menos que a isto se oponham razões
imperiosas de segurança nacional ou de ordem pública; as disposições do Anexo a esta Convenção se
aplicarão a esses documentos. Os Estados Contratantes poderão entregar tal documento de viagem a qualquer
outro refugiado que se encontre no seu território; darão atenção especial aos casos de refugiados que se
encontrem no seu território e que não estejam em condições de obter um documento de viagem do país onde
residem regularmente.
2. Os documentos de viagem entregues nos termos de acordos internacionais anteriores serão reconhecidos
pelos Estados Contratantes e tratados como se houvessem sido entregues aos refugiados em virtude do
presente artigo.
ARTIGO 29
DESPESAS FISCAIS
1. Os Estados Contratantes não submeterão os refugiados a emolumentos alfandegários, taxas e impostos de
qualquer espécie, além ou mais elevados do que aqueles que são ou serão cobrados dos seus nacionais em
situações análogas.
2. As disposições do parágrafo anterior não impedem a aplicação aos refugiados das disposições de leis e
regulamentos concernentes às taxas relativas à expedição de documentos administrativos para os
estrangeiros, inclusive papéis de identidade.
ARTIGO 30
TRANSFERÊNCIA DE BENS
1. Cada Estado Contratante permitirá aos refugiados, conforme as leis e regulamentos do seu país, transferir
os bens que trouxeram para o seu território para o território de um outro país, no qual foram admitidos, a fim
de nele se reinstalarem.
2. Cada Estado Contratante considerará com benevolência os pedidos apresentados pelos refugiados que
desejarem obter autorização para transferir todos os outros bens necessários a sua reinstalação em um outro
país, onde foram admitidos, a fim de nele se reinstalarem.
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ARTIGO 31
REFUGIADOS EM SITUAÇÃO IRREGULAR NO PAÍS DE REFÚGIO
1. Os Estados Contratantes não aplicarão sanções penais aos refugiados que, chegando diretamente de
território no qual sua vida ou sua liberdade estava ameaçada, no sentido previsto pelo art. 1º, encontrem-se
no seu território sem autorização, contanto que se apresentem sem demora às autoridades e exponham-lhes
razões aceitáveis para a sua entrada ou presença irregulares.
2. Os Estados Contratantes não aplicarão aos deslocamentos de tais refugiados outras restrições que não as
necessárias; essas restrições serão aplicadas somente enquanto o estatuto desses refugiados no país de
refúgio não houver sido regularizado ou eles não houverem obtido admissão em outro país. À vista desta
última admissão, os Estados Contratantes concederão a esses refugiados um prazo razoável, assim como
todas as facilidades necessárias.
ARTIGO 32
EXPULSÃO
1. Os Estados Contratantes não expulsarão um refugiado que esteja regularmente no seu território, senão por
motivos de segurança nacional ou de ordem pública.
2. A expulsão desse refugiado somente ocorrerá em conseqüência de decisão judicial proferida em processo
legal. A não ser que a isso se oponham razões imperiosas de segurança nacional, o refugiado deverá ter
permissão de apresentar provas em seu favor, de interpor recurso e de se fazer representar para esse fim
perante uma autoridade competente ou perante uma ou várias pessoas especialmente designadas pela
autoridade competente.
3. Os Estados Contratantes concederão a tal refugiado um prazo razoável para ele obter admissão legal em
um outro país. Os Estados Contratantes podem aplicar, durante esse prazo, a medida de ordem interna que
julgarem oportuna.
ARTIGO 33
PROIBIÇÃO DE EXPULSÃO OU DE RECHAÇO
1. Nenhum dos Estados Contratantes expulsará ou rechaçará, de forma alguma, um refugiado para as
fronteiras dos territórios em que sua vida ou liberdade seja ameaçada em decorrência da sua raça, religião,
nacionalidade, grupo social a que pertença ou opiniões políticas.
2. O benefício da presente disposição não poderá, todavia, ser invocado por um refugiado que por motivos
sérios seja considerado um perigo à segurança do país no qual ele se encontre ou que, tendo sido condenado
definitivamente por um crime ou delito particularmente grave, constitua ameaça para a comunidade do
referido país.
ARTIGO 34 – NATURALIZAÇÃO
Os Estados Contratantes facilitarão, na medida do possível, a assimilação e a naturalização dos refugiados.
Esforçar-se-ão, em especial, para acelerar o processo de naturalização e reduzir, também na medida do
possível, as taxas e despesas desse processo.
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CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES EXECUTÓRIAS E TRANSITÓRIAS
ARTIGO 35
COOPERAÇÃO DAS AUTORIDADES NACIONAIS COM AS NAÇÕES UNIDAS
1. Os Estados Contratantes comprometem-se a cooperar com o Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Refugiados, ou qualquer outra instituição das Nações Unidas que lhe suceda, no exercício das suas
funções e em particular para facilitar a sua tarefa de supervisionar a aplicação das disposições desta
Convenção.
2. A fim de permitir ao Alto Comissariado ou a qualquer outra instituição das Nações Unidas que lhe suceda
apresentar relatório aos órgãos competentes das Nações Unidas, os Estados Contratantes se comprometem a
fornecer-lhes, pela forma apropriada, as informações e os dados estatísticos solicitados relativos:
a) ao estatuto dos refugiados,
b) à execução desta Convenção, e
c) às leis, regulamentos e decretos que estão ou entrarão em vigor no que concerne aos refugiados.
ARTIGO 36
INFORMAÇÕES SOBRE AS LEIS E REGULAMENTOS NACIONAIS
Os Estados Contratantes comunicarão ao Secretário-Geral das Nações Unidas o texto das leis e dos
regulamentos que promulguem para assegurar a aplicação desta Convenção.
ARTIGO 37
RELAÇÕES COM AS CONVENÇÕES ANTERIORES
Sem prejuízo das disposições constantes no parágrafo 2 do artigo 28, esta Convenção substitui, entre as
Partes na Convenção, os acordos de 5 de julho de 1922, 31 de maio de 1924, 12 de maio de 1926, 30 de julho
de 1928 e 30 de julho de 1935, bem como as Convenções de 28 de outubro de 1933, 10 de fevereiro de 1938,
o Protocolo de 14 de setembro de 1939 e o Acordo de 15 de outubro de 1946.
CAPÍTULO VII
CLÁUSULAS FINAIS
ARTIGO 38
SOLUÇÃO DOS DISSÍDIOS
Qualquer controvérsia entre as Partes nesta Convenção relativa à sua interpretação ou a sua aplicação, que
não possa ser resolvida por outros meios, será submetida à Corte Internacional de Justiça, a pedido de uma
das Partes na controvérsia.
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ARTIGO 39
ASSINATURA, RATIFICAÇÃO E ADESÃO
1. Esta Convenção ficará aberta à assinatura em Genebra a 28 de julho de 1951 e, após esta data, depositada
em poder do Secretário-Geral das Nações Unidas. Ficará aberta à assinatura no Escritório Europeu das
Nações Unidas de 28 de julho a 31 de agosto de 1951, e depois será reaberta à assinatura na sede da
Organização das Nações Unidas, de 17 de setembro de 1951 a 31 de dezembro de 1952.
2. Esta Convenção ficará aberta à assinatura de todos os Estados membros da Organização das Nações
Unidas, bem como de qualquer outro Estado não-membro convidado para a Conferência de Plenipotenciários
sobre o Estatuto dos Refugiados e dos Apátridas, ou de qualquer Estado ao qual a Assembléia Geral haja
dirigido convite para assinar. Deverá ser ratificada e os instrumentos de ratificação ficarão depositados em
poder do Secretário-Geral das Nações Unidas.
3. Os Estados mencionados no parágrafo 2 do presente artigo poderão aderir a esta Convenção a partir de 28
de julho de 1951. A adesão será feita mediante instrumento próprio que ficará depositado em poder do
Secretário-Geral das Nações Unidas.
ARTIGO 40
CLÁUSULA DE APLICAÇÃO TERRITORIAL
1. Qualquer Estado poderá, no momento da assinatura, ratificação ou adesão, declarar que esta Convenção se
estenderá ao conjunto dos territórios que representa no plano internacional, ou a um ou vários dentre eles.
Tal declaração produzirá efeitos no momento da entrada em vigor da Convenção para o referido Estado.
2. A qualquer momento posterior a extensão poderá ser feita através de notificação dirigida ao Secretário-
Geral das Nações Unidas, e produzirá efeitos a partir do nonagésimo dia seguinte à data na qual o Secretário-
Geral das Nações Unidas houver recebido a notificação ou na data de entrada em vigor da Convenção para o
referido Estado, se esta última data for posterior.
3. No que concerne aos territórios aos quais esta Convenção não se aplique na data da assinatura, ratificação
ou adesão, cada Estado interessado examinará a possibilidade de tomar, logo que possível, todas as medidas
necessárias a fim de estender a aplicação desta Convenção aos referidos territórios, ressalvado, sendo
necessário por motivos constitucionais, o consentimento do governo de tais territórios.
ARTIGO 41
CLÁUSULA FEDERAL
No caso de um Estado federal ou não-unitário, aplicar-se-ão as seguintes disposições:
a) No que concerne aos artigos desta Convenção cuja execução dependa da ação legislativa do poder
legislativo federal, as obrigações do governo federal serão, nesta medida, as mesmas que as das partes que
não são Estados federais.
b) No que concerne aos artigos desta Convenção cuja aplicação depende da ação legislativa de cada um dos
Estados, províncias ou municípios constitutivos, que não são, em virtude do sistema constitucional da
federação, obrigados a tomar medidas legislativas, o governo federal clevará, o mais cedo possível, e com o
seu parecer favorável, os referidos artigos ao conhecimento das autoridades competentes dos Estados,
províncias ou municípios.
c) Um Estado federal Parte nesta Convenção fornecerá, mediante solicitação de qualquer outro Estado
Contratante que lhe haja sido transmitida pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, uma exposição sobre a
legislação e as práticas em vigor na federação e em suas unidades constitutivas, no que concerne a qualquer
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
disposição da Convenção, indicando em que medida, por uma ação legislativa ou de outra natureza, tornouse
efetiva a referida disposição.
ARTIGO 42
RESERVAS
1. No momento da assinatura, da ratificação ou da adesão, qualquer Estado poderá formular reservas aos
artigos da Convenção, que não os artigos 1, 3, 4, 16 (1), 33 e 36 a 46 inclusive.
2. Qualquer Estado Contratante que haja formulado uma reserva conforme o parágrafo 1 desse artigo, poderá
retirá-la a qualquer momento mediante comunicação com esse fim dirigida ao Secretário-Geral das Nações
Unidas.
ARTIGO 43
ENTRADA EM VIGOR
1. Esta Convenção entrará em vigor no nonagésimo dia seguinte à data do depósito do sexto instrumento de
ratificação ou de adesão.
2. Para cada um dos Estados que ratificarem a Convenção ou a ela aderirem depois do depósito do sexto
instrumento de ratificação ou de adesão, ela entrará em vigor no nonagésimo dia seguinte à data do depósito
feito por esse Estado do seu instrumento de ratificação ou de adesão.
ARTIGO 44
DENÚNCIA
1. Qualquer Estado Contratante poderá denunciar a Convenção a qualquer momento por notificação dirigida
ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
2. A denúncia entrará em vigor para o Estado interessado um ano depois da data em que tiver sido recebida
pelo Secretário-Geral das Nações Unidas.
3. Qualquer Estado que houver feito uma declaração ou notificação conforme o artigo 40, poderá notificar
ulteriormente ao Secretário-Geral das Nações Unidas que a Convenção cessará de se aplicar a todo o
território designado na notificação. A Convenção cessará, então, de se aplicar ao território em questão, um
ano depois da data na qual o Secretário-Geral houver recebido essa notificação.
ARTIGO 45
REVISÃO
1. Qualquer Estado Contratante poderá, a qualquer tempo, por uma notificação dirigida ao Secretário-Geral
das Nações Unidas, pedir a revisão desta Convenção.
2. A Assembléia Geral das Nações Unidas recomendará as medidas a serem tomadas, se for o caso, a
propósito de tal pedido.
ARTIGO 46
NOTIFICAÇÕES PELO SECRETÁRIO-GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS
O Secretário-Geral das Nações Unidas comunicará a todos os Estados membros das Nações Unidas e aos
Estados não-membros mencionados no artigo 39:
Direitos Humanos: Documentos Internacionais
a) as declarações e as notificações mencionadas na seção B do artigo 1;
b) as assinaturas, ratificações e adesões mencionadas no artigo 39;
c) as declarações e as notificações mencionadas no artigo 40;
d) as reservas formuladas ou retiradas mencionadas no artigo 42;
e) a data na qual esta Convenção entrará em vigor, de acordo com o artigo 43;
f) as denúncias e as notificações mencionadas no artigo 44;
g) os pedidos de revisão mencionados no artigo 45.
Em fé do que, os abaixo-assinados, devidamente autorizados, assinaram, em nome de seus respectivos
Governos, a presente Convenção.

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