BRASÍLIA (9 de setembro de 2021) — A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, se reuniu nesta quarta-feira (8) com a deputada federal Joenia Wapichana, coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas no Congresso Nacional. O encontro também teve participação das lideranças Edinho Batista, do povo indígena Macuxi (comunidade indígena Maturuca, Roraima), e Dario Kopenawa Yanomami, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami.
A reunião discutiu temas relacionados à proteção dos direitos do povo indígena yanomami, bem como dos demais povos indígenas do Brasil e seus territórios.
Realizada por meio on-line, o debate contou também com a presença do deputado federal Carlos Veras, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados do Brasil, e o representante da ONU Direitos Humanos na América do Sul, Jan Jarab.
Participantes brasileiros atualizaram a Alta Comissária sobre ataques violentos e ameaças recentes contra as comunidades indígenas no país – particularmente relacionadas à mineração ilegal, contaminação de rios com mercúrio e exploração de recursos naturais-, bem como sobre o impacto desproporcional desta situação em mulheres e crianças indígenas. Eles também compartilharam preocupações com propostas de legislação que podem representar retrocessos para os direitos humanos dos povos indígenas..
As recentes manifestações de povos indígenas na cidade de Brasília foram mencionadas como ponto de atenção. Segundo relatos, mais de 4 mil mulheres indígenas vieram à capital federal para participar de uma marcha, que teve início no feriado de 7 de setembro e deve se estender até sábado (11), e pede por demarcação de terras e outros direitos.
A Alta Comissária demonstrou preocupação com os fatos apresentados, oportunidade em que manifestou solidariedade e empatia com as causas dos povos indígenas. Sua preocupação foi compartilhada pelo representante Jan Jarab, que enfatizou que o escritório regional da ONU Direitos Humanos na América do Sul seguirá monitorando a situação e interagindo com as autoridades brasileiras a respeito dos direitos humanos dos povos indígenas.
FIM
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