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MUNDO | Comissão de Inquérito diz que ações de Israel “configuram genocídio” em Gaza

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16 de setembro de 2025 – Relatório, apresentado ao Conselho de Direitos Humanos, foi rebatido por Israel que classificou texto de “falso”, “escandaloso” e baseado em “mentiras do Hamas”; bombardeios israelenses a Gaza se intensificaram na madrugada desta terça-feira; 26 mil crianças precisam de tratamento contra desnutrição aguda.

Uma Comissão de Inquérito Independente* nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, alegou nesta terça-feira que as ações de Israel em Gaza “constituem genocídio”.

A presidente da Comissão, Navi Pillay, disse a jornalistas, em Genebra, que “está claro que há a intenção de destruir os palestinos em Gaza por meio de atos que atendem aos critérios estabelecidos na Convenção para Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.”

Investigação identificou quatro atos

Navi Pillay declarou que a comunidade internacional não pode ficar em silêncio diante do que ela chamou de uma “campanha genocida lançada por Israel contra o povo palestino em Gaza”.

Segundo relatório da Comissão, as autoridades e forças de segurança israelenses “cometeram quatro dos cinco atos classificados de genocidas e definidos pela Convenção”.

Eles são: assassinato, danos físicos e mentais graves, provocar deliberadamente condições de vida calculadas para causar a destruição de um povo e impor medidas para impedir nascimentos.

Uma mulher com seus filhos no norte de Gaza
Unicef/Mohammed Nateel. Uma mulher com seus filhos no norte de Gaza

Israel rejeita texto

O Ministério das Relações Exteriores de Israel rejeitou as conclusões do relatório da Comissão, classificando-as como “falsas”.

O embaixador  israelense, Daniel Meron, declarou em encontro com a imprensa que a publicação de mais de 70 páginas é “escandalosa” e baseada em “mentiras do Hamas”.

Pillay sustentou que a responsabilidade pelos crimes de atrocidade “recai sobre as autoridades israelenses nos mais altos escalões”.

Comboios humanitários bloqueados

Equipes humanitárias relataram intensificação de bombardeios na Cidade de Gaza durante a madrugada de terça-feira.

A porta-voz em Gaza do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, disse que em meio a ataques aéreos intensos, comboios de ajuda estão tendo acesso negado a áreas do norte de Gaza.

Olga Cherevko afirmou que nos últimos dias “múltiplas missões foram totalmente negadas ou canceladas enquanto estavam em andamento”.

Também falando de Gaza, a porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou que a desnutrição infantil está “aumentando”, à medida que as pessoas fogem de um “cenário infernal” para outro.

Tess Ingram afirmou que cerca de 26 mil crianças precisam de tratamento para desnutrição aguda, incluindo mais de 10 mil somente na Cidade de Gaza. Ela ressaltou que as condições no local são “desumanas”.

Com a intensificação da guerra na Cidade de Gaza, as coisas estão piorando
UNRWA. Com a intensificação da guerra na Cidade de Gaza, as coisas estão piorando

Debate urgente sobre bombardeio no Catar

Ainda nesta terça-feira, o Conselho de Direitos Humanos realizou um debate urgente sobre os ataques israelenses em Doha, no Catar, na semana passada. O alto comissário de Direitos Humanos, Volker Turk, disse que o episódio representou “uma violação flagrante da soberania e da integridade territorial do Catar”.

Ele enfatizou que o país atacado tem um “papel fundamental” como “mediador da paz”. Para Turk, o ato de Israel “é um ataque aos esforços globais para resolver conflitos pacificamente”.

De acordo com autoridades do Catar, a ofensiva atingiu uma área civil densamente povoada perto de escolas e mesquitas, matou um jovem cabo catari e feriu outras 18 pessoas.

O debate urgente durou cerca de três horas e, ao final, o Catar, apoiado por outros países, afirmou que pretende apresentar um projeto de resolução ao Conselho.

*Peritos independentes e relatores especiais atuam voluntariamente, não são funcionários da ONU e não recebem salário por seu trabalho.

Fonte: ONU News português

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