“A recente identificação dos restos mortais do músico brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Júnior, desaparecido em 1976 devido à repressão militar argentina, nos lembra da vigência das graves violações de direitos humanos cometidas pelas ditaduras na América do Sul.
Tenório Júnior não era um militante político ou ativista. O abuso de poder que acabou com sua vida também fez com que milhares de pessoas – militantes ou não – fossem mortas, desaparecidas, exiladas e perseguidas no Cone Sul por décadas, usando métodos que não conheciam jurisdição ou fronteiras.
A descoberta de Tenório Júnior é um lembrete amargo da impunidade que persiste em muitos desses crimes aberrantes, cujo impacto reverbera por décadas e gerações. Portanto, é urgente que os Estados aumentem seus esforços para avançar em matéria de memória, verdade, justiça, reparação e não repetição.
Desde a ONU Direitos Humanos saudamos, mais uma vez, o trabalho essencial da Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF), cujo profissionalismo dá de novo resposta não apenas a uma família, mas a toda uma região.”
FIM
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