Porta-voz da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos: Rupert Colville
Assunto: Brasil
GENEBRA (18 de junho de 2013) – “Instamos as autoridades brasileiras a exercer a moderação ao lidar com os difundidos protestos sociais no país, convocando também os manifestantes a não recorrer a atos de violência em busca de suas demandas. Protestos durante a noite ocorreram em várias das principais cidades brasileiras. A maioria das manifestações foi pacífica, mas foram relatados confrontos entre manifestantes e policiais no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.
Parabenizamos a declaração do Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, ao afirmar que as manifestações pacíficas são legítimas, bem como o acordo na segunda-feira (17) para que a polícia de São Paulo não use balas de borracha.
Estes protestos, principalmente em relação ao aumento do custo dos transportes públicos e os custos de sediar a Copa de 2014 e as Olimpíadas do Rio em 2016, começaram no dia 10 de junho e foram os maiores já vistos no Brasil em mais de 20 anos.
Com mais protestos planejados para acontecer, estamos contudo preocupados com o uso excessivo da força policial relatada nos últimos dias, [que] não deve ser repetida.
Recebemos relatos de uma série de danos, ferimentos, prisões e detenções, incluindo o de jornalistas que cobrem os eventos. Algumas organizações da sociedade civil têm também denunciado a arbitrariedade de algumas dessas detenções.
Apelamos ao governo do Brasil a tomar todas as medidas necessárias para garantir o direito de reunião pacífica e evitar o uso desproporcional da força durante os protestos. Também solicitamos às autoridades que realizem investigações imediatas, completas, independentes e imparciais sobre o alegado uso excessivo da força.
Instamos todas as partes envolvidas a se engajar em um diálogo aberto para encontrar soluções para o conflito e as alternativas para lidar com as demandas sociais legítimas, bem como para evitar mais violência.”
Tradução: ONU Brasil http://www.onu.org.br/onu-pede-dialogo-aberto-com-manifestantes-no-brasil-e-investigacao-de-uso-excesso-da-forca-policial/